
escritora, compositora e poetisa brasileira Carolina Maria de Jesus, que ficou conhecida pelo seu best seller "Quarto de Despejo - Diário de uma Favelada", publicado em 1960. Considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do país, viveu grande parte da sua vida na favela do Canindé, na zona norte da cidade de São Paulo, onde criava sozinha seus três filhos e, para sustentá-los, trabalhava como faxineira, lavadeira e catadora de papéis. Foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que a auxiliou na publicação de seu primeiro livro, que fez enorme sucesso e chegou a ser traduzido para catorze idiomas. Carolina não chegou a ter seu mérito totalmente reconhecido ainda em vida, mas conseguiu sair da favela para um bairro de classe média e, posteriormente, mudou-se para uma região rural e periférica da cidade, onde faleceu aos 62 anos. Apesar do pouco reconhecimento de seu legado no Brasil, a obra de Carolina é reverenciada em todo o mundo.
SUCESSO DE "QUARTO DE DESPEJO" Publicado em 1960, a tiragem inicial de Quarto de Despejo foi de dez mil exemplares e esgotou-se em uma semana. Desde sua publicação, a obra vendeu mais de um milhão de exemplares e foi traduzida para catorze línguas e distribuído em mais de quarenta países, tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos no exterior.
Depois da publicação, Carolina teve de lidar com a raiva e inveja de seus vizinhos, que a acusaram de ter colocado suas vidas no livro sem autorização. A autora relatou que muitos dos moradores da favela chegaram a jogar, nela e em seus três filhos, os conteúdos de seus penicos. Carolina definiu a favela como "tétrica", "recanto dos vencidos" e "depósito dos incultos que não sabem contar nem o dinheiro da esmola".
O professor da USP, Ricardo Alexino Ferreira, caracterizou a escrita de Carolina como "direta, nua e crua, mas, ao mesmo tempo, suave".
Comments